Ontem, mesmo com a eliminação do Tupi, senti um orgulho tão grande
quanto a raça demonstrada pela equipe em campo! Moacir Júnior foi
perfeito na escolha do sistema tático e na propositura da estratégia,
faltando muito pouco para seu merecido êxito. Taticamente, o comandante
Carijó postou a equipe num compacto 4-4-1-1, com duas linhas de quatro e
George fazendo a lateral esquerda. No que concerne à estratégia, essa
era o contragolpe em sua essência. Vejamos o desenho tático do duelo:
Moacir compactou muito bem as duas linhas de quatro, deixando somente
Ademilson na frente. Michel Cury jogava um pouco a frente da segunda
linha, mas também compunha o setor de marcação, formando por vezes uma
linha de cinco marcadores. Com a posse da bola, Allan e Henrique
tentavam partir em velocidade pelas laterais, formando uma espécie de
4-2-3-1 circunstancial e montando especialmente para o contra-ataque.
Ontem tive o prazer de assistir o jogo ao lado do grande Marco Lima, um
apaixonado pelo Tupi e grande entendedor das táticas e estratégias do
futebol. Marco é um prazer ter um texto seu aqui no Painel Tático! Essa
foi a opinião sempre precisa e inteligente de Marco Lima:
“Foi uma experiência positiva, um aprendizado, acompanhar a
semifinal de Atlético e Tupi ao lado do editor deste Painel, Victor
Oliveira. Moacir propôs um primeiro tempo amarrado, cadenciado, de muita
marcação em cima do adversário, preso em seu campo, atrás da linha da
bola, compacto, sem iniciativa de ataque. Victor e eu identificamos um
4-2-3-1 (quando o Tupi tinha a posse) que foi eficiente para enervar o
time de BH e provocar vaias e protestos de sua torcida, na saída para o
intervalo. O inicio de segundo tempo do Tupi foi animador, de domínio,
envolvimento, de criação, de jogo fluindo no contra ataque preciso, até o
último passe, a finalização, o fundamento que foi determinante para
faltarem gols e a vitória tão esperada. O Atlético fez boas mexidas,
equilibrou o jogo e achou o gol, aos 26m, cabeçada de André. Moacir
tentou provocar a virada, com mexidas ofensivas e tentando manter a
marcação. O principal defeito e algumas virtudes, que devem ser
preservadas, deram o tom da exibição carijó em Sete Lagoas. O time do
Tupi precisa melhorar a pontaria, fazer a bola entrar no gol. Simples,
obrigatório, exigível. Gostei da saída de bola, passes curtos, bem
trocados, até a intermediária contrária. Atuações individuais e o jogo
de equipe, dignos de elogios. Rodrigo, goleiraço, impecável,
merecidamente reconhecido como o melhor da competição. Vimos pela TV um
time guerreiro, digno de aplausos e reconhecimento. Teremos um breve
recesso, de muito trabalho e muitas esperanças no caminho da série B,
próximo objetivo do nosso galo carijó”.
Também gostei muito do que Dudu Kaehler comentou em publicação no
Facebook na página do Tupi, respondendo a algumas críticas quanto a
postura do time em Sete Lagoas feitas por alguns torcedores:
“O Tupi fez o que poderia. Volto a falar, tratam o Tupi como se
fosse o Barcelona. Sempre esquecem que o Tupi tem uma das menores folhas
salariais do interior, sempre esquecem que o Tupi joga contra 12
sempre, sempre esquecem que o Tupi TAMBÉM TEM SEUS DEFEITOS!! O Tupi não
foi covarde. O time foi GUERREIRO, muito guerreiro, que honrou nossa
camisa desde quando começaram a treinar pra competição. O Atlético tem
um time melhor que o nosso, e tem jogadores que nos ofereceram muito
perigo. Se o Tupi sai com tudo pro ataque, aí que perderiamos de
goleada. O Tupi tentou e perdeu 4 chances claras”.
Tenho convicção de que o Tupi soube jogar a partida contra o Atlético. O
Carijó jogou como podia e se saiu muito bem no seu propósito de trancar
o jogo e partir no contragolpe. O time juiz-forano segurou o Atlético
na primeira etapa, deixou a torcida deles inflamar contra sua própria
equipe e bravamente honrou sua camisa até o último minuto.
O Tupi teve duas grandes chances no início da segunda etapa, com Michel
Cury em contra-ataque e Salino chutando no travessão de fora da área.
Se o time fizesse o gol no início arrasador da etapa complementar, com
certeza estaríamos comemorando a classificação. O Galo Carijó lutou,
jogou com raça, entendendo suas limitações e vendendo caro a vaga para a
final. Se faltou alguma coisa, foi sorte.
Parabéns para todos os jogadores, para a comissão técnica, para a
diretoria e para todos nós, torcedores apaixonados do Tupi, time e
bandeira de nossa cidade. O Galo acertou na tática, na estratégia e na
decisão de honrar a camisa que veste! Aguardo seu comentário!
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