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terça-feira, 24 de abril de 2012

Parceria SCI e Painel Tático - análise tática de Tupi 1 x 1 Atlético

O duelo de Galos, jogo duríssimo em campo, foi também um belo duelo tático entre dois grandes treinadores. Novamente, os dois comandantes escalaram suas equipes no 4-2-3-1, cada um com sua peculiaridade para se adequar à estratégia de jogo do adversário.
 Como já ressaltado aqui no Painel Tático, a jogada com Henrique pela direita estava óbvia, precisando o Tupi de outra saída quando esta fosse anulada pelo adversário. No primeiro tempo Cuca conseguiu ceifar o volume de jogo ofensivo do Carijó, valendo-se de um esquema especial de marcação. Esse foi o desenho tático da primeira etapa:



Em entrevista à Rádio Globo, após a partida, Moacir Júnior disse que na primeira etapa sua equipe “teve dificuldade de encaixe pelo lado esquerdo”, problemática tática resolvida pelo treinador no segundo tempo, como o próprio relatou na citada entrevista. Creio que tal dificuldade foi ocasionada por dois fatores, sendo estes o mérito de Cuca e a própria proposta de jogo do Tupi.
Para alimentar Henrique pela direita, era sabido por Cuca que, a jogada forte do Tupi, se efetivava não só pela habilidade do baiano, mas pelo auxílio e movimentação de Flávio e Salino. Desta feita, colocou Bernard para acompanhar Flávio, tudo para evitar que esse tivesse espaço para jogar com Henrique. Richarlyson também ficou mais preso na marcação do meia direita Carijó, com Leandro acompanhando Salino e Lima praticamente na sobra.
 A própria ênfase de jogo pela direita, praticada pelo Tupi, lhe retirou a capacidade de criar boas chances de gol. Como o jogo se concentrou pelo lado direito, Allan ficou sozinho em grande faixa de campo, cercado por três defensores atleticanos. Cuca, de forma sábia, liberou Danilinho para jogar aberto no flanco esquerdo da defesa do Tupi, prendendo Michel na marcação e isolando, ainda mais, Allan na meia esquerda. Como Moacir “entorta” seu 4-2-3-1 para a direita, Cuca “entortou” o seu para a esquerda, montando esquema especial de marcação pelo lado direito.
Henrique jogou muito mal, isso é fato. Acho até que mereceu as vaias que recebeu ao sair de campo. Sua má atuação, ou melhor, sua omissão, em muito prejudicou a atuação ofensiva do Tupi. Mas temos que compreender que faltou espaço para que pudesse fazer seu jogo incisivo de partir para cima e decidir para o Galo. Diante da patologia tática, coube a Moacir criar o remédio para tal problemática.
Na volta da segunda etapa, Salino já voltou caindo também pela esquerda, tentando descaracterizar a obviedade do jogo do Tupi. Ainda no início da etapa complementar, Moacir fez alteração para sanar de vez o problema, após gol do time Atleticano. Colocou Michel Cury e tirou Jailton, tentando empurrar o Tupi para o ataque. Assim ficou, taticamente, a equipe Juiz-Forana:



Salino passou a jogar de segundo volante, saindo para o ataque e fazendo a cobertura de Flávio, para que esse pudesse se mandar para o ataque. O comandante Carijó conseguiu abrir espaço para Henrique jogar pela direita, mas o atleta estava sem brilho e sem qualquer inspiração. Michel Cury entrou bem, diversificando o jogo pelos dois lados e partindo para cima da defesa adversária. Numa jogada dessa, arrancando em direção à área do Atlético, recebeu falta de Pierre. Na cobrança fez um golaço, verdadeira pintura, colocando a bola na gaveta de Giovanni. Belíssimo gol Carijó!
Antes de terminar, queria fazer algumas observações. Primeiramente, parabenizar a atuação impecável de Rodrigo e da dupla de zaga Carijó, uma das melhores que já vi jogar pelo Tupi. Também queria salientar, mais uma vez, que Salino não pode ser meia de criação do time. Além de faltar qualidade para tanto, joga carregando a bola, muitas vezes de cabeça baixa. Sua função é segundo volante, sendo que na minha opinião, seu lugar é no banco de reservas. Por fim, quero atestar a necessidade que a equipe tem do toque cerebral de Michel Cury e parabenizar toda a torcida, verdadeiros guerreiros Carijós!
Confesso que estava confiante na vitória, mas fui embora para casa satisfeito. O Tupi não venceu, mas convenceu pela luta e pelo amor a camisa! Não faltou garra, não faltou honra, não faltou vontade. Eu confio num resultado positivo no jogo de volta, acreditando na volta de Cury e numa melhor atuação de Henrique, jogador fundamental na engrenagem ofensiva da equipe. Mais uma vez os parabéns para a inteligência tática de Moacir Júnior. Belo trabalho! No mais, a minha aposta para o jogo de volta é 1 a 0 para o Tupi, gol de Ademílson! Abraço!

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